(faz fé tal como proferida)
Muito obrigada.
Também da minha parte: muitos agradecimentos à Presidência croata. Estes são tempos difíceis. Esta presidência tem sido notável no desempenho de uma tarefa sem precedentes nestes tempos de crise. E, por isso, um agradecimento também da minha parte. Foi maravilhoso trabalhar em conjunto, muito obrigada por esta Presidência e, naturalmente, estamos a aguardar com expectativa o trabalho intenso no Conselho.
Com efeito, o Conselho de hoje chegou a um momento crucial. Estamos agora apenas a seis meses do termo do período de transição para o Brexit, pelo que é importante fazer um balanço das negociações em curso com o Reino Unido. Sublinhámos conjuntamente a nossa vontade de envidar todos os esforços possíveis para chegar a um acordo, procurando soluções que nos permitam assinar uma parceria única com o Reino Unido.
De facto, para tal, temos de colmatar grandes divergências, que continuam por resolver. Os temas são conhecidos: as condições de concorrência equitativas, as pescas, a governação e o âmbito da nossa cooperação policial e judiciária. Estes são pontos importantes para a União Europeia, uma vez que se trata de princípios — concorrência leal, normas sociais, proteção dos cidadãos e do Estado de direito — que estão no cerne da União Europeia.
O tempo é, porém, curto, e mesmo que cheguemos a acordo, muitas coisas continuarão a mudar nas nossas relações com o Reino Unido para os cidadãos, as empresas e as administrações. Por conseguinte, é igualmente necessário planear estas alterações. A Comissão tem vindo a trabalhar nestas questões. Fizemos progressos, mas não devemos reduzir os nossos esforços. Continuaremos a ajudar as autoridades nacionais e outras partes interessadas na sua preparação para o Brexit.
Também salientei junto dos líderes que temos de continuar o nosso trabalho para assegurar a correta aplicação do Acordo de Saída. Continuaremos a estar muito atentos a este ponto. Por último, ninguém pode afirmar com segurança se estas negociações vão terminar no final deste ano, mas sei que, chegado esse momento, teremos feito tudo para chegar a um acordo e para ter um bom início tendo o Reino Unido como país terceiro vizinho.
Sobre o «Next Generation EU»: assim como estamos a seis meses do final do período de transição, estamos agora também a seis meses do final do atual QFP — e no contexto da mais profunda crise económica provocada pela COVID-19. Por conseguinte, é essencial que não se perca tempo na definição da nossa recuperação económica e social.
Como é do conhecimento de todos, a Comissão apresentou um plano para o fazer. Chama-se «Next Generation EU». Combinado com um QFP reforçado, proporcionará os meios necessários — 1,850 biliões de euros — e a devida atenção numa recuperação ecológica, digital e resiliente para ajudar a União Europeia, os seus cidadãos e as suas empresas a sair mais fortes da crise.
Na minha opinião, o primeiro debate foi muito positivo. Os líderes decidiram por unanimidade que a gravidade desta crise justifica uma resposta comum ambiciosa. Uma delas é a solidariedade, o investimento e as reformas. Congratulo-me igualmente com o facto de muitos líderes terem salientado que devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para chegar rapidamente a acordo no Conselho Europeu antes das férias de verão. Existe um verdadeiro entendimento de que a eficácia da resposta depende também desta situação.
Por último, foi dado grande apoio à atenção dada à dimensão ecológica e à dimensão digital — isto foi muito bom — que são elementos motores para os esforços de modernização financiados pelo «Next Generation EU». Tudo isto são boas notícias. Naturalmente, os debates revelaram também diferenças de opinião sobre várias questões, por exemplo sobre a dimensão global do «Next Generation EU», sobre o equilíbrio entre subvenções e empréstimos, a chave de repartição e os novos recursos próprios. É absolutamente legítimo discutir todas estas questões e explicámos aos líderes o raciocínio da Comissão sobre cada um deles.
Aguardo com expectativa as próximas etapas dos debates que o Charles organizará nas próximas semanas. Tenho a certeza de que, em relação a estes pontos, podemos chegar a um consenso, desde que não percamos a visão de conjunto.