Neste último relatório, quase três quartos dos cidadãos da UE consideram que o seu país beneficiou da adesão à UE. O apoio ao euro, bem como à defesa e segurança comuns, está entre os mais elevados alguma vez registados. Num ambiente geopolítico controverso, os europeus apelam cada vez mais a uma UE mais forte e mais assertiva, com uma independência económica reforçada e uma política comum de defesa e segurança.
Algumas das principais conclusões relativas a Portugal
- Portugal é o Estado-Membro com a percentagem mais elevada de inquiridos que expressam uma imagem positiva da UE (69 %). Além disso, 9 em cada 10 inquiridos afirmam sentir-se cidadãos da UE (89 %), um dos valores mais elevados da UE-27, com um valor médio de 73 %.
- A confiança nas instituições da UE é mais elevada em Portugal do que em qualquer outro Estado-Membro (71 %). Este valor situa-se 23 pontos acima da média da UE-27.
- Portugal tem níveis relativamente elevados de satisfação com o funcionamento da democracia: 66 % dos inquiridos estão satisfeitos, o que é superior à média europeia (54 %).
- Portugal tem níveis de confiança mais elevados nas instituições políticas nacionais do que a média da UE-27, especialmente no governo (49 % de confiança contra 33 % na UE-27) e no Parlamento (48 % contra 34 %). A confiança nos partidos políticos é baixa (24 %), em consonância com a tendência global da UE-27 (26 %).
- Com base neste inquérito, o maior tema de preocupação nacional é a saúde. A saúde preocupa 37 % dos inquiridos, muito acima da média da UE-27 (12 %).
- Entre os vários temas avaliados, a imigração foi o que mais cresceu em comparação com a primavera de 2025. Enquanto na primavera apenas 1 em cada 10 inquiridos o mencionou, no outono esta proporção aumentou para quase 1 em cada 5 (o que representa um aumento de 8 pontos). Em Portugal, a imigração é uma preocupação destacada em maior medida pelas pessoas com mestrado (29%), pelos jovens entre os 25 e os 34 anos (27%), pelos que se identificam politicamente com a direita (22%) e pelos homens (21%).
Principais preocupações a nível europeu
A nível europeu, a invasão da Ucrânia pela Rússia é a principal preocupação dos inquiridos portugueses (45 %, contra uma média da UE-27 de 26 %). A imigração é uma preocupação para 24 % dos inquiridos, o que é superior à média da UE-27 (20 %), mas inferior à dos países que mais destacaram este tema: Chipre (45 %), Irlanda (35 %) e Países Baixos (28 %). Além disso, 67 % dos inquiridos concordam que os imigrantes contribuem positivamente para o país, o que é superior à média da UE-27 (57 %). A segurança e a defesa dizem respeito apenas a 11 % dos inquiridos portugueses, abaixo da média europeia de 18 %.
Algumas das principais conclusões para a UE-27:
Os europeus veem os benefícios da adesão à UE: 74 % dos inquiridos europeus afirmam que o seu país beneficiou do facto de ser membro da UE. Quase 6 em cada 10 cidadãos da UE (59 %) também estão otimistas quanto ao futuro da UE e quase três quartos dos inquiridos (73 %) afirmam sentir-se cidadãos da UE. A confiança na UE continua a ser alta, com 48 % a afirmar que confiam na UE.
Os europeus desejam uma UE mais forte e mais assertiva: Dois terços dos inquiridos (67 %) concordam que a UE é um lugar de estabilidade num mundo conturbado. O apoio ao reforço da independência económica da UE é significativo: 83 % consideram que a UE deve diversificar as relações comerciais a nível mundial. Quase 8 em cada 10 europeus (79 %) são a favor de uma política comum de defesa e segurança entre os Estados-Membros – o segundo maior resultado desde 2004. Garantir a paz e a estabilidade continua a ser, de longe, a ação que terá o maior impacto positivo na vida dos cidadãos europeus a curto prazo (selecionada por 42 %), seguida da criação de mais oportunidades de emprego (26 %), da segurança alimentar, da saúde e do abastecimento industrial na UE (25 %) e da gestão da migração irregular (24 %). Em termos de prioridades orçamentais, os cidadãos gostariam que o orçamento da UE fosse gasto no emprego, nos assuntos sociais e na saúde pública (42 %), na educação, na formação, na juventude, na cultura e nos meios de comunicação social (36 %) e na defesa e segurança (35 %).
Apoio contínuo e estável à resposta da UE à guerra na Ucrânia: 77 % dos inquiridos concordam que a invasão da Ucrânia pela Rússia constitui uma ameaça para a segurança da UE. Face à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, 81 % dos inquiridos concordam em acolher na UE pessoas que fogem da guerra, enquanto mais de três quartos (77 %) concordam com o apoio financeiro e humanitário à Ucrânia. 73 % dos cidadãos da UE que responderam a este inquérito apoiam as sanções económicas impostas ao Governo, às empresas e aos cidadãos russos, enquanto quase 6 em cada 10 (59 %) aprovam que a UE conceda o estatuto de país candidato à Ucrânia e 57 % concordam com o financiamento da UE para a aquisição e o fornecimento de equipamento militar à Ucrânia.
Os resultados completos do inquérito podem ser consultados aqui: https://europa.eu/eurobarometer/surveys/detail/3378
