Olá a todos. Conseguimos. A Europa é sólida. A Europa está unida.
Conseguimos: a Europa é sólida, a Europa é robusta e, acima de tudo, a Europa está unida.
Chegámos a acordo sobre o pacote de recuperação e o orçamento europeu. Foram, evidentemente, negociações difíceis numa altura muito difícil para todos os europeus. Foi uma maratona que terminou bem para todos os 27 Estados-Membros, mas especialmente para os cidadãos. Este é um bom acordo. É um acordo sólido. E, mais importante ainda, é o acordo certo para a Europa, neste momento.
Gostaria de agradecer a todos os dirigentes e à presidente da Comissão e às suas equipas pelo seu trabalho árduo. Demonstrámos responsabilidade coletiva e solidariedade e demos também provas de que acreditamos no nosso futuro comum. Este acordo envia um sinal concreto de que a Europa é capaz de agir com força.
Negociámos sobre montantes de dinheiro. Mas, obviamente, o que está em jogo é muito mais do que só o dinheiro. Trata-se dos trabalhadores e das suas famílias, dos seus empregos, da sua saúde e do seu bem-estar. Estou convicto de que este acordo será visto como um momento crucial no percurso da Europa, e também que nos projetará para o futuro. Com efeito, é a primeira vez na história da Europa que o nosso orçamento está claramente ligado aos nossos objetivos em matéria de clima. É a primeira vez que o respeito pelo Estado de direito é um critério decisivo para as despesas do orçamento. É ainda a primeira vez que reforçamos em conjunto as nossas economias contra uma crise.
Decidimos apoiar um orçamento de 1 074 milhares de milhões de euros para os próximos sete anos. Decidimos mobilizar 750 mil milhões de euros para apoiar a recuperação económica. A Europa está unida, a Europa está a tomar medidas.
Adotámos orientações para os recursos próprios que representam um impulso para o futuro do projeto europeu através da identificação das questões que iremos abordar com prazos específicos.
Consideramos que o Estado de direito, a governação e os nossos valores comuns devem estar no centro da nossa ação, e também no centro das decisões que estamos a tomar hoje.
Como podem ver, mostrámos que a magia do projeto europeu funciona porque, sempre que julgamos que algo é impossível, há esta resiliência, por via do respeito, da cooperação, da vontade de colaborar, para ultrapassar em conjunto as dificuldades, graças ao respeito mútuo, há esta capacidade de fazer frente juntando-nos.
É esta a magia do projeto europeu. Demonstrámo-la acima e além das nossas diferenças, das nossa sensibilidades e das nossas opiniões. A Europa enviou um sinal aos europeus e ao resto do mundo de que esta União Europeia é uma União de valores; esta União, que reúne 450 milhões de cidadãos, tem a capacidade, quando é necessário, de dar resposta com solidez e robustez.
O sinal que enviámos é de confiança e, creio que é um sinal essencial numa altura em que o mundo e a Europa foram atingidos por uma crise sem precedentes. Há poucas horas atrás, mais de 600 000 óbitos foram atribuídos à COVID-19.
Sabemos que esta crise afeta e continuará a afetar famílias, mulheres e homens. Sabemos que é da responsabilidade dos dirigentes políticos na nossa democracia partilhada conseguir demonstrar a nossa capacidade de produzir soluções pragmáticas e concretas.
A decisão que tomámos não é uma decisão virtual. É uma decisão concreta que terá e deverá ter um impacto positivo para assegurar que podemos continuar a olhar para o futuro com a determinação de estar à altura deste desafio.