Notícia

Democracia e renovação do compromisso europeu

É extraordinário pensar que cinco anos antes
deste famoso discurso, a Europa estava ainda submersa na sua
mais violenta guerra fratricida. Pensar que passado tão pouco
tempo da Segunda Guerra Mundial, um ministro francês estava
a estender a mão à Alemanha e a outros países que, ao longo
de séculos e incontáveis batalhas, estiveram em lados opostos
da barricada. Uma «solidariedade de facto» foram as palavras
escolhidas por Robert Schuman nesta sua proposta de uma
Europa «organizada e dinâmica», imprescindível para a
«manutenção de relações pacíficas».

Desde então, o Dia da Europa simboliza a celebração desta paz,
união, e do compromisso real com os valores que moldam o
projeto europeu: o respeito pela dignidade humana, liberdade,
democracia, e a promoção da prosperidade económica no
âmbito de um Estado Social. Celebramos a União Europeia,
garantindo que os seus valores continuam a ser colocados em
primeiro lugar, refletindo sobre todo o caminho até hoje
percorrido, mas também o que queremos para a nossa Europa
no futuro.
Desde esse longínquo ano de 1950 que a União Europeia tem
contribuído para a redução de disparidades e para a melhoria
da qualidade de vida de milhões de pessoas, com a
solidariedade entre países como pilar estruturante. Basta
recordarmos o passado recente e a forma como superámos
uma pandemia mundial, onde a União Europeia garantiu o
acesso rápido de vacinas em condições de igualdade a todos os
europeus. Onde graças aos fundos do «NextGenerationEU»,
conhecido entre nós como o PRR, aumentámos o investimento
nas renováveis, no apoio social, e na digitalização.
Uma solidariedade que se estende além fronteiras: a União
Europeia é um dos principais atores mundiais em ajuda
humanitária e tem assumido um papel imprescindível na
resposta à terrível situação humanitária que se vive em Gaza;
ao mesmo tempo, enquanto a liberdade, a autodeterminação
e a própria democracia continuam a ser ameaçadas pela brutal
guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, a União
Europeia permanece ao lado do povo ucraniano e tem dado
um apoio sem precedentes, acolhendo as famílias que fogem
da guerra, apoiando as empresas e a produção agrícola do país,
e fornecendo armamento e equipamento de proteção aos
soldados ucranianos.
Portugal é um exemplo do progresso europeu em direção a
uma sociedade mais próspera e justa. A adesão portuguesa à
União Europeia trouxe avanços económicos, fundos
comunitários, acordos comerciais e padrões ambientais.
Contribuiu também para o reforço do compromisso com os
princípios democráticos, direitos humanos e participação cívica.
Valores cuja celebração e defesa é ainda mais importante
quando assinalamos os 50 anos do 25 de Abril.
Estas conquistas não devem ser dadas como adquiridas. As
eleições europeias, a 9 de junho, são uma oportunidade para
reafirmar o nosso compromisso com os valores que nos unem
como europeus e para participar ativamente no futuro da
construção europeia. Portugal tem tido baixas taxas de
participação, mas este ano não há desculpas: podemos
inscrever
nos no voto antecipado (na semana anterior) e pela
primeira vez podemos votar em qualquer ponto do país e fora
dele (nos consulados). Ou seja, mesmo que nesse fim
de
semana esteja fora, pode dirigir
se a qualquer mesa de voto
mais próxima e exercer o nosso dever cívico sem necessidade
de requisição prévia de voto em mobilidade. Tal como Robert
Schuman declarou, «a Europa não se construirá de uma só
vez». Cabe a todos nós continuarmos a sua construção,
votando no próximo dia 9 e trabalhando em união nos dias e
anos seguintes, para que juntos sejamos mais fortes.

EUROPE DIRECT Região de Coimbra e de Leiria

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Democracia e renovação do compromisso europeu

É extraordinário pensar que cinco anos antes
deste famoso discurso, a Europa estava ainda submersa na sua
mais violenta guerra fratricida. Pensar que passado tão pouco
tempo da Segunda Guerra Mundial, um ministro francês estava
a estender a mão à Alemanha e a outros países que, ao longo
de séculos e incontáveis batalhas, estiveram em lados opostos
da barricada. Uma «solidariedade de facto» foram as palavras
escolhidas por Robert Schuman nesta sua proposta de uma
Europa «organizada e dinâmica», imprescindível para a
«manutenção de relações pacíficas».

Desde então, o Dia da Europa simboliza a celebração desta paz,
união, e do compromisso real com os valores que moldam o
projeto europeu: o respeito pela dignidade humana, liberdade,
democracia, e a promoção da prosperidade económica no
âmbito de um Estado Social. Celebramos a União Europeia,
garantindo que os seus valores continuam a ser colocados em
primeiro lugar, refletindo sobre todo o caminho até hoje
percorrido, mas também o que queremos para a nossa Europa
no futuro.
Desde esse longínquo ano de 1950 que a União Europeia tem
contribuído para a redução de disparidades e para a melhoria
da qualidade de vida de milhões de pessoas, com a
solidariedade entre países como pilar estruturante. Basta
recordarmos o passado recente e a forma como superámos
uma pandemia mundial, onde a União Europeia garantiu o
acesso rápido de vacinas em condições de igualdade a todos os
europeus. Onde graças aos fundos do «NextGenerationEU»,
conhecido entre nós como o PRR, aumentámos o investimento
nas renováveis, no apoio social, e na digitalização.
Uma solidariedade que se estende além fronteiras: a União
Europeia é um dos principais atores mundiais em ajuda
humanitária e tem assumido um papel imprescindível na
resposta à terrível situação humanitária que se vive em Gaza;
ao mesmo tempo, enquanto a liberdade, a autodeterminação
e a própria democracia continuam a ser ameaçadas pela brutal
guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, a União
Europeia permanece ao lado do povo ucraniano e tem dado
um apoio sem precedentes, acolhendo as famílias que fogem
da guerra, apoiando as empresas e a produção agrícola do país,
e fornecendo armamento e equipamento de proteção aos
soldados ucranianos.
Portugal é um exemplo do progresso europeu em direção a
uma sociedade mais próspera e justa. A adesão portuguesa à
União Europeia trouxe avanços económicos, fundos
comunitários, acordos comerciais e padrões ambientais.
Contribuiu também para o reforço do compromisso com os
princípios democráticos, direitos humanos e participação cívica.
Valores cuja celebração e defesa é ainda mais importante
quando assinalamos os 50 anos do 25 de Abril.
Estas conquistas não devem ser dadas como adquiridas. As
eleições europeias, a 9 de junho, são uma oportunidade para
reafirmar o nosso compromisso com os valores que nos unem
como europeus e para participar ativamente no futuro da
construção europeia. Portugal tem tido baixas taxas de
participação, mas este ano não há desculpas: podemos
inscrever
nos no voto antecipado (na semana anterior) e pela
primeira vez podemos votar em qualquer ponto do país e fora
dele (nos consulados). Ou seja, mesmo que nesse fim
de
semana esteja fora, pode dirigir
se a qualquer mesa de voto
mais próxima e exercer o nosso dever cívico sem necessidade
de requisição prévia de voto em mobilidade. Tal como Robert
Schuman declarou, «a Europa não se construirá de uma só
vez». Cabe a todos nós continuarmos a sua construção,
votando no próximo dia 9 e trabalhando em união nos dias e
anos seguintes, para que juntos sejamos mais fortes.